terça-feira, 17 de abril de 2007

Faça mais e melhores downloads


SINTONIZADA - A estudante Bianca Trevisani, que adora baixar filmes e séries americanas e depois ver tudo na sua televisão de tela grande

Veja dicas para baixar arquivos da internet com mais rapidez, sem colocar em risco a segurança do computador

Ele pode ser sério ou divertido, rapidinho ou enrolado, seguro ou arriscado... e – atenção! – legal ou ilegal. Você faz o tempo todo, mesmo sem saber. Ele é vital, é como respirar, é a gênese da internet. É o download.
Quando você acessa um site, o seu navegador está, na verdade, fazendo um download. Precisa de um programa para o seu computador? Download. Música, vídeo, games? Download. Vírus? Chega por download. E o antivírus também.

O download é maravilhoso. Mas, como todas as coisas boas, ele sempre deixa um gostinho de quero mais: você sempre acha, mesmo com as modernas conexões de banda larga, que seu download poderia ser mais rápido, ou mais fácil.

VELOCIDADE REAL
O primeiro passo é entender a velocidade real da sua conexão. Você tem acesso de 500 Kbps, por exemplo, mas ao baixar um arquivo a velocidade indicada é aparentemente muito menor, algo como 60 KB/s. Como é possível?

É o seguinte. A velocidade da conexão é medida em bits por segundo, mas a velocidade dos downloads é medida em bytes por segundo. E um byte equivale a oito bits.

Para saber a velocidade máxima real da sua conexão, basta dividi-la por oito. Por exemplo. Tenho uma conexão de 1 Mbps – o que equivale, mais ou menos, a 1.000 Kbps. Mil dividido por oito dá 125. Ou seja: a velocidade de download máxima é 125 KB/s.

Vale destacar: essa é a velocidade de download. O upload – envio de dados do seu computador para a internet – é sempre muito mais lento. Procurados pela reportagem, Speedy, Vírtua e Ajato deram a mesma explicação. Segundo eles, como a rede tem uma capacidade finita, acelerar o upload teria conseqüências: reduziria a velocidade de download, ou então encareceria os serviços.

O upload lento prejudica a performance dos softwares de compartilhamento de arquivos, como o popularíssimo BitTorrent. É que, nesses programas, a sua velocidade de download depende da velocidade de upload das outras pessoas (pois elas estão mandando pedaços do arquivo para você).

Mas existem alguns truques que podem melhorar o upload – leia abaixo.

Speedy e Ajato dizem não limitar a quantidade de dados que você pode baixar por mês, mas o Vírtua é diferente – no seu plano básico, de 2 Mbps, o limite mensal é de 20 gigabytes (somando download e upload).

Quem estourar essa cota tem duas opções: ou fica “de castigo” até o final do mês, com a velocidade reduzida para 200 Kbps, ou então paga R$ 40 para ter direito a mais 20 GB.

“Na prática, é um teto meio inatingível. Com 20 GB você conseguiria, por exemplo, baixar mais de 40 episódios de uma série de TV”; O usuário pode acompanhar seu consumo, dia a dia, pelo site do Vírtua.

Vale lembrar que essa cota não inclui apenas downloads. Tudo o que você faz na internet conta: a navegação, os e-mails, os bate-papos, games online. Mas, comparado com os downloads, isso representa pouco.

Nos últimos tempos, com a explosão no uso dos softwares de compartilhamento de arquivos, os serviços de banda larga passaram a ser acusados de fazer “traffic shaping”, ou seja, desacelerar de propósito a velocidade dos softwares P2P.

Procurados pela reportagem, todos negaram categoricamente a prática, que afeta principalmente o BitTorrent. Seja como for, a tecnologia avança: já existe um sistema que promete driblar o “traffic shaping” (leia mais abaixo).

CUIDADO COM O UPLOAD


Baixar músicas e vídeos sem autorização não é correto. Mas é uma realidade: segundo estimativas, mais de 3 milhões de brasileiros já aderiram à prática.

As gravadoras pretendem coibir, mas sem necessariamente perseguir quem faz downloads – elas querem pegar é quem faz bastante upload, ou seja, repassa arquivos em grande escala para outras pessoas. “A estratégia é ir atrás das pessoas que fazem upload, pois sem elas a rede ‘peer to peer’ deixa de existir”, afirma Paulo Rosa, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Discos.

Sabe por quê? “Fica complicado processar quem faz o download para uso pessoal. Pois ele pode ser condenado a pagar apenas o valor da obra. Que geralmente é menor que o gasto de um processo”, explica os advogados. “Já quem disponibiliza os arquivos para outros, esse pode sofrer sanções mais pesadas”.

Dê uma turbinada na troca de arquivos

O programa BitTorrent e sua rede de compartilhamento são uma verdadeira mania: já respondem por mais de 50% de todo o tráfego de dados na internet. Mas também são um pólo de frustração. Quando o problema não está na velocidade insatisfatória, está na transferência em si, que não começa, ou então “pifa” sem avisar.

Calma. Primeiro: descarte o BitTorrent “oficial” e opte pelos clones, que são mais rápidos. Os dois melhores são o BitSpirit (www.167bt.com/intl/) e o MicroTorrent (www.utorrent.com). O ideal é ter os dois – downloads que não funcionam em um deles podem rodar no outro.

Também é fundamental configurar a velocidade de upload e download. Ao contrário do que muita gente pensa, o ideal é reduzir um pouco a velocidade de upload (envio de dados para a rede). Se você deixar o upload tomar 100% da sua conexão, ele tenderá a estrangular o download. Ou seja: vai ficar difícil baixar alguma coisa. O ideal é que a taxa de upload não supere 70% do máximo possível.

Calcule a velocidade de upload , em KB/s, da sua conexão (basta dividir por oito o valor em Kbps). Por exemplo: o serviço Speedy Power tem upload de 128 Kbps. Isso dá 16 KB/s. Nesse caso, o ideal seria limitar o upload do BitTorrent a 11 KB/s (70% do máximo).

A configuração é simples e vale a pena – geralmente resulta em downloads bem mais rápidos. No MicroTorrent, clique em Options/Preferences e entre no item Connection. No campo Bandwidth limiting, você poderá determinar a taxa máxima de upload. No BitSpirit, basta acessar Options/Preferences e acessar Job Options.

PORTAS ABERTAS
Os serviços de banda larga negam praticar o chamado “traffic shaping”, mas, em alguns casos, os downloads ficam mesmo muito lentos – sem motivo aparente. Se você suspeita que a sua conexão está sendo desacelerada, existem dois truques que podem ajudar.

Eles não funcionam com todo mundo – o êxito depende do serviço de banda larga, do provedor de acesso e até do modem que você tem na sua casa. Mas não custa tentar: quando dão certo, esses truques provocam uma aceleração dramática.

O primeiro ajuste é mudar a porta de conexão para 1720. Normalmente, ela é usada por programas de videoconferência, cujo tráfego os provedores geralmente não filtram. É uma estrada desimpedida.

No BitSpirit, vá a Options/Preferences, clique em Network Options e digite 1720 no campo Default Port.

No MicroTorrent, clique em Options/Preferences e Connection. Em ambos os casos, os softwares precisam ser reiniciados para que a mudança ocorra.

Seja paciente, pois as mudanças são lentas – o download pode levar vários minutos até atingir sua velocidade máxima. Também vale a pena testar com vários downloads (para se certificar de que o problema não é apenas com um arquivo específico).

CODIFICAÇÃO
Se mesmo assim os downloads continuarem lentos, você pode apelar para a criptografia. Quando ativado, esse recurso do MicroTorrent embaralha o fluxo de dados, ou seja, o seu provedor não consegue “perceber” que você está usando o programa. E, portanto, não consegue desacelerar o download.

Para ativar o recurso, que é altamente experimental e nem sempre funciona, clique em Options/Preferences, BitTorrent, vá até o campo Protocol Encryption e escolha a opção Enabled.

O seu problema não é a velocidade, mas downloads que param no meio – ou travam em 99%? O motivo pode ser sabotagem da empresa MediaDefender. Para se proteger, uma opção é o programa PeerGuardian – phoenixlabs.org/pg2/ –, que promete barrar os sabotadores. B.S.G.

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